Terror na Água 3D
por Roberto Cunha
ASSASSINO TURBINADO
04/11/2011
Tem gente que aposta no sucesso de filmes com animais devoradores
só porque inseriu o 3D na jogada. Essa pode ser a explicação para a
chegada desse longa, explorando um clássico de Steven Spielberg: Tubarão.
Sara
(Sara Paxton) resolve levar um grupo de amigos para passar um tempo em
sua casa de verão no meio do Lago Crosby. O que eles não sabiam era que a
moçoila estava sem visitar o local há cerca de três anos e, apesar de
aparentemente ter deixado amigos por lá, seu ex-namorado Dennis (Chris
Carmack) os recebeu com agressividade. O lado bom é que a mansão é longe
de tudo e sem comunicação com a cidade, mas a perda de um braço durante
a prática de wake board revelou algo assustador. Um tubarão
"enfurecido" capaz de atacar embarcações foi o responsável e eles
precisam buscar ajuda. A questão é: como sair de lá em segurança?
A
apresentação dos personagens e suas característica seguem o padrão
conhecido: uma garota certinha, outra mais assanhada, um cara meio nerd,
outro atlético, tem um cahorro e por aí vai. Assim, novidade não é a
palavra correta para definir esse suspense, mas alguns pontos podem até
torná-lo interessante para algumas pessoas. Entre eles, as sequências do
lago têm visual deslumbrante e os já tradicionais momentos "caça e
caçador" dentro da água podem deixar muita gente aflita.
Os mais
"escolados", por outro lado, podem se incomodar com a previsibilidade e
os exageros de um animal "turbinado". Agora, quem levar a coisa para o
lado do escracho, aquela levada meio trash, vai até se divertir
porque tem bastante sangue para colorir a água de vermelho e um
personagem humano, acredite, com dentes de tubarão. A trilha sonora é
moderna (tem rock dos anos 80 também) e existem citações de humor negro,
como a famigerada Semana do Tubarão (Discovery Channel) e o clássico das locadoras Faces da Morte. E até o Brasil é lembrado com uma espécie de morcego.
No elenco de rostos - praticamente - desconhecidos do grande público, o rosto de Donal Logue (O Patriota),
que faz o Xerife local pode ser o mais familiar. Mas não se engane. O
filme é veículo para os corpos de jovens atores egressos de seriados
americanos (The O.C. e o novo Barrados no Baile) e, principalmente, Sara Paxton (Aquamarine), que também começou na TV, brilharem.
Dirigido por David R. Ellis, do suspense "animal" Serpentes a Bordo e do tradicional Celular - Um Grito de Socorro,
o longa é uma espécie de brincadeira com aquele gênero "grupo de
jovens em perigo", incrementando com a tecnologia 3D, que rende algumas
cenas razoáveis, mas nada de especial. Esse humor, inclusive, fica
mais evidente até depois dos créditos finais, quando o elenco canta um hip hop zoando com tudo que você viu na sala escura.
Para
aqueles que procuram procuram uma trama bem fechada, com conflitos bem
explorados, esqueçam. O drama da protagonista é frágil e o roteiro abre
possibilidades infinitas das coisas acontecerem de maneira até
surreal. Assim, Terror na Água 3D é no máximo curtição em terra firme, mais precisamente, na sala de cinema. Nada mais (sem trocadilho) e somente para alguns.
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