sábado, 2 de julho de 2011

Contos De Horror

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O velho e o vaga-lume

Fim de tarde em um domingo choroso.
O sol já estava se escondendo. O relógio velho de cuco estava prestes a bater 19h00min horas.
O velho Sr. Antonio Vigal se encontra sentado na varanda olhando para seu jardim, que já não da flor há muito tempo, descansando em uma cadeira de balanço feita de fios de náilon azul e vermelho.
Ele tomava em goles rápidos seu pequeno copo de pinga e lembrava de sua esposa Maria, que enterrara às 14:00 horas do mesmo dia. Tanto que podia ser dito e em 45 anos de casados não foi, tanto para se fazer e também não se fez.
O sr. Antonio nunca tinha sido um homem fácil, as crianças da rua o apelidavam de vários nomes ruins, também pudera, ele nunca devolvia as bolas que caiam em seu quintal e nem as pipas de seu telhado.
Antonio Vigal era um senhor de idade comum, talvez um pouco mais rabugento, e nem de longe na sua juventude foi um exemplo.
Sua casa era típica; um portãozinho de ferro, um jardim velho, paredes verdes e flores ate o teto, uma portinha elegante toda de vidro do lado de uma janela extremamente grande.
Antonio se levanta e entra, lá dentro é tudo antigo. Um lar pequeno que já foi menor quando era mais alegre.
Alegre pela presença de seus três filhos. Vagner, Fabiane e Vinícius.
Passando por uma dessas cortinas artesanais ele entra na cozinha, abre a geladeira bege e encontra uma geladeira quase vazia quase vazia com comida sem sabor ou valor, pega apenas um prato de queijo mineiro, volta à sala e senta em sua poltrona. Coloca o prato na mesinha ao lado, junto do abajur quebrado, com passos lentos caminha ate a televisão, que é claro, não era nenhuma TV de ultima geração; nas prateleiras acima do monitor chuviscado muitas fotos de amigos e família.
Amigos que há muito não vê. E filhos que fizeram questão de levá-lo de carro para casa após o funeral.
“Será que fui tão mau?” - Sr. Antonio pensava, percebendo assim que proporcionou uma vida triste com momentos felizes e não o oposto para sua mulher e filhos.
Sempre causou brigas e discussões com seus filhos, nem sempre foi fiel a quem lhe amava. Será que Maria lá no céu, agora sabendo de tudo, o esperava?
Será que haverá perdão? Ou quando bater minhas botas ficarei como estou agora no final de minha vida?
Na solidão.
Com passos lentos, volta à sua poltrona, assistindo ao noticiário e muito cansado. Adormece sem atraso.
As horas passam, faltam 5 minutos para bater meia noite. Um vaga-lume entra por uma fresta da janela, percorre toda sala e pousa no imenso nariz do Sr. Antonio.
Ele resmunga, tosse e vira o nariz de um lado para outro. O vaga-lume voa na sua orelha a zumbizar, mas no nariz de Antonio ele volta a pousar.
O sr. Vigal agora acorda com o relógio batendo meia noite, o barulho do antigo relógio cuco na parede não o incomoda tanto quanto o inseto pousado nele.
Seus olhos chegam a envesgar para o vaga-lume poder enxergar.
Ele agarra uma revista e enrola-a.
Sem pensar muito, golpeia o vaga-lume, mas só consegue acertar a si mesmo. Para cima, para os lados, em círculos de todos os jeitos o pequeno vaga-lume voa para se livrar dos golpes do Sr. Antonio, que só conseguia quebrar os objetos a sua volta.
O vaga-lume pousa em um dos porta-retratos da prateleira em cima da televisão. O golpe dessa vez é tão forte que derruba a prateleira com todas as fotos no chão.
O vaga-lume pousa na porta e o velho dá as costas para ele, olhando uma foto em preto e branco empoeirada no chão.
Ele ajoelha, limpa o vidro quebrado e tira o pó.
Era uma foto sua e de sua esposa ainda jovens, quando ainda namoravam. Uma foto velha esquecida atrás das outras. O Sr. Antonio, então, diz sua única palavra em toda essa dissertação: com lágrimas nos olhos ele pede: “perdão”.
Atrás dele, o vaga-lume inquieto começa a brilhar cada vez mais forte, até que a luz toma conta de toda a sala.
E quando apaga não há mais vaga-lume, mas sim a imagem de sua falecida esposa tão linda e jovem quanto na foto.
Maria estende a mão e diz:
- Para quem ama, sempre há perdão.
O Sr. Antonio olha para a poltrona e se vê ainda dormindo.
Enxuga as lágrimas, estende também sua mão. Ao alcançar a mão de Maria, ele também volta a ter a aparência jovem do retrato. A luz agora toma conta dos dois, e ao diminuir um único vaga-lume sai pela fresta da janela, voando ao céu se tornando mais um ponto luminoso, entre outros no espaço.
Sei que vão dizer que minha historia acaba clichê, mas acredite, em algum lugar feliz para sempre eles são ser.
Fim.
          

Um comentário:

  1. li o snopse achei genial original e com palavras fceis de entender parabens

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